Máximo José Trevisan: da nossa janela

Redação do Diário

Máximo José TrevisanAdvogado e escritor

Há quem entenda que escrever um texto, por ser tarefa complexa, só é missão para qualificados autores, tais as suas exigências e compromissos. Há quem julgue que não é assim. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, diriam os prudentes, aqueles que já experimentaram passar as suas ideias, sentimentos e fatos para a realidade e sabem do quanto é preciso para conquistar o pretendido sonho ou desejo.

Uma página em branco, quer para um brilhante escritor, quer para um modesto iniciante aprendiz, sempre é cheia de exigências ao ser convertida em texto. É um processo às vezes de encantamento, às vezes de grande sacrifício ao enfrentar difíceis situações de reais conflitos.

A experiência, pessoal ou coletiva, quando convertida em vivência e texto, torna-se carne e espírito. A personalidade de cada ser humano é, sem dúvida, não só carga genética mas também matéria-prima colhida na convivência humana, do berço ao túmulo. A expressão, tão usual quanto verdadeira – “eu sou eu e mais as minhas circunstâncias” – encontra suas raízes nessa realidade.

Identificar um ser humano, dando nomes aos seus componentes, saber das suas relações e funções, esse é um dos desafios para definir uma personalidade. No cotidiano da vida, não somos importunados pela preocupação de estar atentos à descoberta dos nossos interlocutores. Somos mais simples, menos exigentes, mais rotineiros na convivência interpessoal. Ainda bem, pois o contrário seria muito custoso para todos nós.

As relações humanas normalmente ocorrem na superfície porque mergulhar não é fácil. E mais: quando, por um certo privilégio, deixamos a superfície, logo, logo, nos falta o ar, por assim dizer, aos nos defrontarmos com o mundo da personalidade com que estamos convivendo.

A pressa é inimiga da perfeição, diz o adágio popular com sabedoria. Gostaríamos que fosse diferente, mas a realidade comprova o contrário, demonstrando que perceber e julgar o convivente é uma das exigências cotidianas.

Viver é um desafio pessoal, conviver supõe mais, muito mais. Requer competência em manter relações capazes de nos levar à harmonia ou à guerra.

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